A Polícia Federal apura saques no exterior e ocultação de valores
A Polícia Federal (PF) analisou o fluxo financeiro da investigada Cecília Rodrigues Mota e apontou, em relatório da operação Sem Desconto — que apura fraudes no INSS —, que ela transferiu R$ 1,2 milhão de forma fracionada para pessoas ligadas a ela durante viagens ao exterior.
Ao todo, seis pessoas viajaram com Cecília para Dubai (Emirados Árabes Unidos), Paris (França) e Lisboa (Portugal) e receberam transferências bancárias, conforme consta no documento da PF.
De acordo com a investigação, Cecília realizou 33 viagens internacionais entre janeiro e novembro de 2024, além de oito viagens ao exterior em 2023, acompanhada por essas mesmas pessoas.
Um dos citados acompanhou a investigada em cinco viagens a Paris e recebeu R$ 366.988,00 em múltiplas operações de empresas ligadas a ela. Outro nome no relatório recebeu R$ 120.000,00 em diversas transferências feitas a partir do escritório da investigada, tendo acompanhado Cecília em 15 viagens internacionais.
Outro envolvido recebeu R$ 23.021,84, também do escritório de Cecília, e participou de 13 viagens, sendo observado por carregar “muitos volumes de bagagem” — embora o conteúdo não tenha sido detalhado.
Outro nome citado recebeu R$ 400.000,00 de empresas da investigada e também viajou 15 vezes ao exterior. Um dos pontos que mais chamou atenção da PF foi o caso de uma mulher que se declarou faxineira, mas recebeu R$ 353.055,43 e viajou com Cecília a Dubai.
Com esses elementos, os investigadores suspeitam da prática de lavagem de dinheiro e investigam se os valores transferidos foram sacados no exterior para dificultar o rastreamento.
Além das viagens, a PF apontou que R$ 14 milhões foram movimentados entre contas pessoais de Cecília e contas de suas empresas, com destino a diversas pessoas e entidades.