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Parlamentar acusou Tarcísio de adotar uma postura submissa às elites
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) elevou o tom contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), após ele defender o diálogo com os Estados Unidos diante do anúncio de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, determinada pelo presidente norte-americano Donald Trump.
Em publicação nas redes sociais, Eduardo acusou Tarcísio de adotar uma postura submissa às elites e afirmou que ele deveria se posicionar contra o chamado “regime de exceção” que, segundo o parlamentar, ameaça a economia e as liberdades no país.
“Prezado governador Tarcísio, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio, estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades”, escreveu. “Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda.”
A crítica ocorre em meio à crise diplomática com os EUA, após Trump anunciar no dia 9 de julho uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros em resposta, segundo ele, à “perseguição” judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na segunda-feira (14), Eduardo já havia acusado Tarcísio de tentar costurar, por fora, um acordo com o governo norte-americano. “O Tarcísio utilizou os canais errados. O filho do presidente está nos Estados Unidos. […] Qualquer tentativa de nos dar bypass será brecada e freada. Já provamos que somos mais efetivos até do que o próprio Itamaraty”, disse, referindo-se a si próprio como interlocutor direto com a Casa Branca.
Tarcísio, por sua vez, respondeu com tom conciliador, sem mencionar diretamente as críticas. “Sem problema [sobre a posição de Eduardo]. Estou olhando para São Paulo, para o setor industrial, para a nossa indústria aeronáutica, de máquinas e equipamentos, para o nosso agronegócio, empreendedores e trabalhadores”, afirmou o governador.
A tensão entre os aliados expõe um possível racha na base bolsonarista diante da retaliação americana ao país. Eduardo e aliados mais próximos ao ex-presidente naõ estão contentes com a postura de Tarcísio em tentar preservar a interlocução com o setor produtivo e com autoridades dos EUA.
A medida de Trump foi mal recebida por representantes da indústria brasileira, que temem prejuízos diretos em cadeias produtivas ligadas ao agronegócio e à indústria de transformação.
