Único estado produtor de cravo-da-índia no Brasil, a Bahia deverá contar, em breve, com um plano inédito para impulsionar a produção do item, que envolve uma série de iniciativas para melhorar e garantir a qualidade do plantio, cultivo, colheita e comercialização, visando principalmente o mercado internacional. A ação, que contará com o apoio da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), foi discutida durante o Seminário de Arranjo Produtivo do Cravo, ocorrido na sexta-feira (3), no campus do Instituto Federal Baiano (Ifba) em Valença.
De acordo com o diretor do desenvolvimento agrícola da Seagri, Assis Pinheiro Filho, a medida deverá contribuir para o desenvolvimento econômico do Baixo Sul, onde se concentra o plantio de cravo no estado, com geração de emprego e renda para a população. “O Baixo Sul tem essa tradição na produção do cravo e o produto é bastante valorizado no mercado internacional. Com um processo mais estruturado, envolvendo desde o cuidado com o solo, o controle de pragas, a utilização de novas tecnologias e união dos produtores, podemos ter um cravo com mais qualidade e, assim, ser mais um produto de destaque no agro baiano”, considera.
Um dos principais desafios apontados e discutidos durante o evento foi a necessidade do controle da “murcha do cravo”, doença que tem ameaçado a produção dos craveiros. Dentre as ações iniciais previstas estão a instituição do Selo de Indicação Geográfica (IG) da região e a disponibilização de assistência técnica voltada para o cultivo do cravo.
Com a participação de cerca de 100 agricultores, o seminário foi promovido pela Associação de Produtores de Cravo da Bahia (Aprocravo) e também reuniu as secretarias de Relações Institucionais (Serin), de Desenvolvimento Econômico (SDE), de Desenvolvimento Rural (SDR) e da Fazenda (Sefaz), além da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Universidade do Sudoeste da Bahia (Uesb), Banco do Nordeste, Sebrae e Sindicato de Nazaré.
Estimativa da cadeia produtiva
De acordo com a estimativa da Apocravo, a cadeia produtiva engloba 3,3 mil produtores rurais e gera cerca de 15 mil empregos diretos e indiretos. A produção envolve uma área de 6 mil hectares e colhe de 6 mil a 8 mil toneladas de cravo por ano, contribuindo com R$250 milhões anuais na economia da região do Baixo Sul baiano. Metade desses recursos são distribuídos entre agricultores familiares e trabalhadores rurais.
O preço do cravo atualmente está em torno de R$33 o quilo. Cingapura e Emirados Árabes são os principais destinos da produção no estado.
Valença lidera a produção de cravo-da-índia no país, com 1.132 estabelecimentos rurais em 2,3 mil hectares de área cultivada. Outros municípios produtores são Taperoá, Camamu, Igrapiúna, Ituberá, Presidente Tancredo Neves, Nilo Peçanha, Piraí do Norte, Teolândia, Jaguaripe, Wenceslau Guimarães, Ibirapitanga e Gandu.
Fonte: Ascom/Seagri