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Superfederação União Brasil-PP é lançada com discurso de oposição mesmo com 4 ministérios

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Com quatro ministérios no governo Lula (PT), a superfederação entre PP e União Brasil foi lançada oficialmente nesta terça-feira (29) com discurso de oposição, a defesa de um “choque de prosperidade” para o país e conflitos não resolvidos que impedem até de ter um presidente nesta fase inicial.

“O Estado não pode continuar sendo um obstáculo à prosperidade”, diz o manifesto da nova agregação.

O documento prega ainda a responsabilidade fiscal e social, uma reforma administrativa e que o Estado seja indutor de desenvolvimento, mas com o capital privado “como motor do crescimento, com protagonismo central na criação de emprego e renda”. “A economia patina, e com ela o bem-estar dos brasileiros”, afirma o manifesto da chamada “União Progressista”.

O governo Lula não foi citado nominalmente em nenhum momento, mas as críticas veladas e até explícitas nortearam o evento, realizado no salão negro da Câmara dos Deputados. Os ministros do Esporte, André Fufuca (PP), e do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), estiveram presentes, mas não foram chamados para discursar.

“O Brasil não pode continuar sem crescer, o Brasil não pode continuar com esses escândalos de corrupção todos os dias, o Brasil não pode continuar como está”, discursou a senadora Tereza Cristina (MS), líder do PP no Senado e ex-ministro no governo Jair Bolsonaro.

A superfederação, que ainda precisa ser aprovada pelas instâncias partidárias, será o grupo mais forte do Congresso. Terá uma bancada maior da Câmara, com 109 deputados federais, e do Senado, com 14 senadores (empatado com PSD e PL). Também terá uma parcela maior dos fundos partidários e eleitorais e o maior tempo de propaganda eleitoral na TV e na rádio.

As federações partidárias foram instituídas na reforma eleitoral aprovada em 2021. Seu objetivo principal era promover as fusões entre as legendas, frente a um número excessivo de partidos políticos no Brasil. Caso decidam pela parceria, os partidos deverão ficar juntos por quatro anos, inclusive nas disputas regionais.

Antes crítico da aliança, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), teve papel de destaque no evento desta terça e foi o primeiro a discursar após os presidentes dos dois partidos. “Essa construção será um grande divisor de águas”, disse o governador, que recebeu a promessa de apoio a sua pré-candidatura à Presidência da República caso atinja pelo menos 10% de intenção de voto nas pesquisas em março de 2026.

O tamanho da federação, afirmou Caiado, permitirá ao grupo ter peso e ser ouvido sobre os problemas reais do Brasil. “Hoje o cidadão não tem dinheiro para alimentar sua família. É aquela realidade onde a violência toma conta de todos os quadrantes deste país. Onde as facções ampliam o seu poder”, criticou.

“Em 2026, vamos ganhar as eleições no país e vamos subir a rampa do Palácio do Planalto”, declarou.

Entre as críticas veladas ao PT no manifesto, por exemplo, estão a defesa do Plano Real, “contestada por alguns em seu lançamento”, mas que na visão dos dois programas foi o marco legal que “permitiu ao país recuperar a estabilidade”, e a falta de medidas para incorporar os beneficiários de sociais à atividade econômica.

As críticas no manifesto e nos discursos ocorreram apesar da participação de dois partidos no atual governo –e também nos anteriores, como Michel Temer (MDB) e Bolsonaro (PL).

O União Brasil indicou três ministros do governo Lula: Turismo, Comunicações e Desenvolvimento Regional –os dois últimos, da cota do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Já o PP tem o Ministério do Esporte e a Caixa Econômica Federal. Fora dos ministros, nenhum representante do governo ou do PT participou do ato.

Entre os convidados de fóruns estavam o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, partido do ex-presidente Bolsonaro.

DIVERGÊNCIAS INTERNAS

A nova federação nasce sem um presidente, diante das divergências internas. O ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) pleiteava a vaga, mas o presidente da União Brasil, Antonio Rueda, afirmou que só concordava com a aliança se assumisse a função. Sem acordo, Rueda e o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), farão uma “cogestão”.

Há também conflitos nos estados e a aposta de que, até a eleição, parte dos políticos de ambos os partidos deixará as siglas. De partida, o União Brasil terá o comando de nove estados e o PP também de nove, mas outros nove, como São Paulo e Rio de Janeiro, ficarão indefinidos, à espera de uma mediação pelo novo comando nacional da agremiação.

Líder da União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB) disse que os conflitos regionais serão resolvidos depois. “Teremos todo o ano de 2025 para conversar. Nos estados onde não tivermos acordo, a federação vai decidir qual projeto tem mais previsões eleitorais”, afirmou.

No caso dos chapas para deputado, deve ser autorizado apoio a diferentes candidatos para evitar a perda de filiados. É o caso, por exemplo, da Bahia, onde parte da bancada do PP apoia o governador Jerônimo Rodrigues (PT), mas a União Brasil comandará a federação e terá como pré-candidato o ex-prefeito de Salvador ACM Neto.

“Neste momento, as posições pessoais devem ser respeitadas, mas o pensamento da federação será de agir em bloco”, disse Efraim Filho.

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